Recebi muitos presentes nesta vida. Tive (e tenho), muitos mestres.Sempre gostei de pessoas e das histórias das pessoas. Na infância, era natural olhar para o outro: observar e perceber olhares, gestos, falas, comportamentos. Gostava de intuir sobre o que acontecia dentro de cada um. Na passagem da adolescência para a vida adulta, tive a experiência de viver sozinha fora do país e foi, durante esses seis anos nos Estados Unidos, que tive o primeiro contato com as Ciências Humanas, através da Psicologia e da Arte. Os estudos, a minha própria experiência e alguns bons encontros - muito preciosos, revelaram um pouco mais sobre as relações humanas, sobre observar e sentir. Foi nesse momento da minha vida que encontrei uma grande mestra no Teatro . Que tive crise de pânico. Depressão. Fiz minha primeira sessão de terapia e encontrei outra mestra. Também foi nesse período que perdi meu avô. E tive meu primeiro contato com a  minha espiritualidade. Foram experiências e encontros muito fortes. Eu estava longe da minha casa mas estava, sobretudo, longe de mim. Estava desconectada. Retornei ao Brasil, segui meus estudos na área da psicologia e fiz análise durante seis anos. Mais um encontro, e outra mestra. Iniciei meu trabalho como psicanalista. Há dez anos, quando participava de um curso de cinema, tive um encontro muito forte com a magia. E com uma grande mestra. Desde então, sigo junto dela, que me abriu um trabalho muito profundo de autoconhecimento e espiritualidade. Encontros semanais, cada encontro uma batalha. Fomos à Índia três vezes, e passamos por muitos lugares sagrados e, a cada Índia, senti minha caminhada sendo direcionada a me ver, cada vez mais profundamente, minha sombra e minha luz. Com o mesmo grupo, desenvolvemos um trabalho artístico e espiritual chamado Reza Paz. Mais um portal se abre. Engravidei e conheci mais uns mestres. Uma professora de yoga para gestantes me ensinou mais sobre a força feminina. E a parteira que, por algumas horas intensas, me ensinou sobre a confiança e o não desistir. Tive meu primeiro contato com a Antroposofia, assim que minha filha nasceu. Minha filha. Uma mestra que me ensina, sobre quem sou, todos os dias. O trabalho contínuo de autoconhecimento e espiritualidade que iniciei lá atrás, e do qual faço parte até hoje, trouxe um outro sentido para a psicologia. A psicologia passou realmente a fazer sentido. Foi conhecendo um pouco mais sobre a minha própria história, meus sentimentos e o meu espírito, que hoje, no meu trabalho, ao atender outras pessoas, sinto meu coração se encher de alegria e uma sensação muito verdadeira de que eu não poderia estar fazendo outra coisa. Afinal, tive muita ajuda e, atender é uma forma de agradecer e de compartilhar. Sou muito grata!